Na Coreia do Norte, a fé cristã representa um constante desafio de sobrevivência. O regime totalitário do país impõe uma repressão brutal sobre aqueles que professam o Evangelho, levando muitos crentes a viverem na clandestinidade.
Por décadas, a Coreia do Norte tem figurado no topo da Lista Mundial da Perseguição, onde ser cristão significa enfrentar tortura, prisão e até a morte. Contudo, nem sempre foi assim. Em 1907, um poderoso avivamento ocorreu, e a capital, Pyongyang, chegou a ser chamada de “Jerusalém do Oriente”, com centenas de igrejas e um crescente movimento missionário. No entanto, a perseguição começou com o domínio japonês e se intensificou após a Segunda Guerra Mundial, quando Kim Il-sung instaurou um regime comunista e ateísta em 1948. Durante a Guerra da Coreia (1950-1953), milhares de cristãos foram mortos, presos ou exilados, e a igreja foi forçada à clandestinidade.
Vivendo a Fé em Secreto

Kim Sang-Hwa (nome fictício por questões de segurança) é uma cristã de terceira geração que escapou para a Coreia do Sul e hoje compartilha seu testemunho para alertar sobre a realidade dos cristãos norte-coreanos. Segundo ela, seguir a Jesus muda tudo. “Na Coreia do Norte, as pessoas pertencem ao Estado e não têm identidade própria. Mas, ao conhecer Cristo, descobrimos nossa verdadeira identidade como filhos de Deus”, afirma.
A repressão religiosa no país faz com que muitos cristãos não possam sequer compartilhar sua fé dentro de casa. Maridos e esposas vivem sem saber que ambos são crentes, e os filhos podem ser uma ameaça, pois são incentivados a denunciar qualquer sinal de cristianismo em suas famílias. Kim lembra como, ainda criança, aprendeu uma estratégia para identificar outros cristãos: ao perguntar a amigos qual animal consideravam mais perigoso, se respondessem “a serpente”, ela sabia que também eram cristãos. Apenas um sorriso discreto era trocado, pois qualquer palavra poderia ser fatal.
A Vigilância e as Penalidades para os Cristãos
O regime norte-coreano usa tecnologia avançada para controlar a população, incluindo escutas em residências, reconhecimento facial e censura total à informação externa. O simples fato de possuir uma Bíblia pode resultar em execução pública ou prisão em campos de trabalho forçado, onde poucos sobrevivem. A perseguição não se limita aos cristãos, atingindo até mesmo seus descendentes por três gerações.
Os crentes também enfrentam perigos mesmo fora do país. Refugiados que escapam para a China correm o risco de serem capturados e enviados de volta para enfrentar punições severas. O governo chinês colabora com o regime norte-coreano para localizar e deportar aqueles que fugiram.
A Igreja Clandestina e o Evangelismo Secreto

Apesar de toda a repressão, a Igreja na Coreia do Norte continua viva. Pequenos grupos de cristãos se reúnem secretamente em casas ou até mesmo em comércios familiares para estudar a Palavra e compartilhar sua fé. O evangelismo ocorre de maneira extremamente discreta, começando pelos próprios filhos e utilizando técnicas cuidadosas para evitar a delatação.
Crianças e adolescentes são ensinados a denunciar qualquer evidência de cristianismo dentro de casa, sendo recompensados pelo governo por isso. Essa estratégia torna o trabalho de evangelização um grande risco para os pais cristãos, que podem ser presos ou executados caso sejam descobertos.
Um Chamado à Igreja Livre
Kim Sang-Hwa, em sua visita ao Brasil, ficou impressionada com a liberdade que os cristãos brasileiros têm para adorar e evangelizar. Ela deixa um apelo:
“Aproveitem a liberdade que têm para buscar a Deus, adorar e compartilhar o Evangelho. O fim está próximo, e a perseguição global é uma realidade. Orem por nós, pela Igreja Perseguida e nunca deixem de valorizar o privilégio que possuem de seguir a Jesus livremente.”
Mesmo sob a repressão extrema, a Igreja na Coreia do Norte resiste, sustentada pela graça de Deus e pelo apoio de cristãos ao redor do mundo. Que possamos interceder por nossos irmãos perseguidos e sermos inspirados pelo seu testemunho de fé inabalável.
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