A visita dos “sábios do Oriente” ao menino Jesus é um dos relatos mais conhecidos do Evangelho de Mateus. No entanto, muitos mitos e tradições populares cercam essa passagem, como a ideia de que eram três reis magos chamados Baltazar, Gaspar e Melquior. A Bíblia, porém, não menciona seus nomes, não especifica quantos eram e também não afirma que eram reis. Neste estudo, vamos esclarecer o que a Escritura realmente diz sobre esses visitantes misteriosos.
Quem Eram os “Sábios do Oriente”?
A passagem que menciona esses homens está em Mateus 2:1-12:
“E, tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do Oriente a Jerusalém, dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos a adorá-lo.” (Mateus 2:1-2)
A palavra “magos” usada no texto original grego é “magoi” (μάγοι), que se referia a uma classe de sacerdotes, astrólogos ou estudiosos religiosos da Pérsia, Babilônia ou região da Caldeia. Não eram reis, como é ensinado em tradições posteriores, mas provavelmente homens cultos que estudavam os astros e as profecias.
Quantos Eram os Sábios do Oriente?
Diferente da tradição que fala de três magos, o texto bíblico não menciona um número específico. A ideia de três magos vem do fato de que eles trouxeram três presentes: ouro, incenso e mirra. No entanto, poderiam ser dois, quatro ou um grupo maior. A Escritura apenas afirma “uns magos”, sem especificar quantos eram.
Como e onde surgiu a História de que eles eram três!

A tradição de que os sabios do Oriente eram três reis surgidas da interpretação de Mateus 2:1-12. Como o texto menciona três presentes — ouro, incenso e mirra —, muitos concluíram que eram três doadores, mas a Bíblia não especifica quantos eram. A ideia de que eram reis foi popularizada por escritores dos primeiros séculos, como Tertuliano (c. 160–220 dC), e consolidada na Idade Média, especialmente em pinturas e encenações natalinas.
O Significado dos Presentes
Os três presentes oferecidos ao menino Jesus têm um profundo significado teológico:
- Ouro – Simboliza realeza, reconhecendo Jesus como o Rei dos reis.
- Incenso – Representa a divindade de Cristo e sua função sacerdotal.
- Mirra – Está ligada ao sofrimento e à morte, simbolizando o sacrifício que Ele faria na cruz.
Essa simbologia encaixa-se com a interpretação que a Teologia pentecostal defende sobre os magos reconheceram a missão de Jesus como Rei, Sacerdote e Salvador.
De Onde Eles Vieram?
A expressão “Oriente” usada em Mateus 2:1 no original grego é “anatolē” (ἀνατολή), que significa “levante”, referindo-se ao leste. Provavelmente, vieram da Babilônia, da Pérsia ou de alguma região da Mesopotâmia, onde ainda havia judeus dispersos desde o cativeiro babilônico.
Daniel, que viveu na Babilônia, pode ter influenciado a esperança messiânica desses povos. É possível que os “magos” tenham tido acesso às profecias do Antigo Testamento e aguardassem o cumprimento das promessas sobre o Messias.
Por Que Seguiram uma Estrela?
Os magos disseram: “Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mateus 2:2). Esse evento levanta questões sobre o significado da estrela. Algumas teorias incluem:
- Uma conjunção planetária rara.
- Um evento sobrenatural preparado por Deus.
- A presença de um anjo guiando os magos.
Independentemente da explicação astronômica, a estrela foi um sinal divino que os conduziu até Cristo.
O Encontro com Herodes e a Adoração a Jesus

Os magos inicialmente foram a Jerusalém, pois esperavam encontrar o Rei dos judeus na capital. No entanto, Herodes, temendo perder o trono, enganou-os ao dizer que queria adorar Jesus (Mateus 2:8). Deus advertiu os magos em sonho para não voltarem a Herodes, e eles retornaram por outro caminho (Mateus 2:12).
O fato de os magos terem adorado Jesus indica que reconheceram sua natureza divina. A palavra grega para “adorar” usada em Mateus 2:11 é “proskuneō” (προσκυνέω), que significa “curvar-se” ou “prestar reverência divina”.
Conclusão
Os sábios do Oriente não eram reis e seus nomes não foram registrados na Escritura. Eram estudiosos que reconheceram o nascimento do verdadeiro Rei e foram guiados por Deus até Jesus. Sua história nos ensina que:
- Deus pode usar sinais para conduzir os corações sinceros a Cristo.
- A verdadeira sabedoria não está no conhecimento mundano, mas no reconhecimento de Jesus como Senhor.
- Nem todos os que dizem querer “adorar” a Jesus (como Herodes) têm intenções puras.
Que possamos, como esses homens, buscar e adorar o Salvador com coração sincero!
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